terça-feira, 19 de junho de 2007

Corfebol no Brasil

Corfebol.



Assim chama-se o esporte que aportou oficialmente no Brasil em 22 de outubro de 2000. Na verdade trata-se de um jogo holandês, inventado em 1902. Em 1998 o carioca Marcelo Soares, na época um estudante de educação física, teve seu primeiro contato com ele. Intrigado com o fato de ser jogado obrigatoriamente por homens e mulheres, e após muito pesquisar, teve a idéia de trazê-lo ao nosso país. "É muito conhecido na Europa e na Ásia. Em Portugal existe campeonato com primeira e segunda divisão, e é ensinado até nas universidades" - entusiasma-se.



O corfebol é o único esporte coletivo onde homens e mulheres atuam juntos. O jogo é bem simples: cada equipe conta com quatro casais, sendo dois jogando na defesa e dois no ataque. O objetivo é acertar a bola numa espécie de cesta, que diferentemente da utilizada no basquete, não possui tabela e é feita de vime. Ao contrário dos outros esportes, o jogador que recebe a bola não pode andar com ela, nem mesmo quicá-la. A marcação é feita de forma individual e não é permitido marcar jogador do sexo oposto. O contato físico também é proibido. Pode ser jogado por pessoas de todas as faixas etárias, inclusive portadores de deficiência, pois não requer muitas habilidades.

O Brasil, mais especificamente a zona norte carioca, é o único lugar da América do Sul onde o corfebol é praticado. Marcelo é divulgador oficial reconhecido pela IFK (a Federação Internacional de Korfball), e em 2000 foi à Holanda a convite da federação para fazer o curso de técnico. Aproveitou a oportunidade para trazer junto consigo as bolas e cestas oficiais. "No início muitos debocharam do meu trabalho, acharam que não ia dar certo. No Brasil existe uma cultura de que todo esporte que não seja o futebol não presta. precisamos mudar isso !"
A julgar pelo sucesso que faz entre seus praticantes, o corfebol tem tudo para tornar-se um esporte popular. A cada dia surgem novos adeptos, em sua grande maioria jovens. Geralmente os homens vão por ser um jogo que conta com a presença feminina, e as mulheres pelo fato de ser de fácil aprendizado, além de divertido. Quase todos os participantes têm o corfebol em segundo lugar na preferência. Mais do que simples jogadores, todos eles fazem questão de enaltece-lo, não medindo esforços para isso: ajudam a carregar os equipamentos, na divulgação, contribuem financeiramente - ainda que com uma taxa irrisória - e não se importam nem um pouco com as constantes piadinhas das quais são vítimas por serem praticantes de uma modalidade recém-chegada. Surpreende ver tanta dedicação e empenho. Mais do que um time, eles são o que se pode verdadeiramente chamar de equipe. Os primeiros integrantes foram "fisgados" pelo técnico enquanto passavam na rua. Outros eram amigos, vizinhos ou parentes. Há também aqueles que se interessaram pela modalidade após assistirem as exibições promovidas pelo treinador.

Porém para Marcelo isso ainda é pouco. Ele deseja montar o mais rápido possível a Federação Brasileira de Corfebol, já de olho nos jogos Pan-Americanos de 2007, onde pretende fazer um jogo-demonstração. Entre seus projetos estão ainda uma equipe para a terceira idade e o corfebol de praia. Talvez a maior das lições que ele deixe para seus alunos seja que "quem não vive de sonhos, não merece viver".

Um comentário:

Ricardo Albano disse...

Bom dia ! Meu nome é Ricardo e sou fã do Corfebol , gostaria de saber aonde poderia conhecer melhor o esporte e comprar material para inseri-lo nas minhas aulas de Ed. Física já que tb sou Professor.